domingo, 17 de outubro de 2010

PV define apoio a Dilma ou Serra neste domingo

Marina pode divergir do partido


Dirigentes e militantes do PV se reúnem neste domingo (17) em São Paulo para definir se o partido apoiará Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) ou se ficará neutro no segundo turno das eleições para a Presidência da República. A legenda está dividida quanto ao nome a ser escolhido.

Candidata da sigla derrotada no primeiro turno, Marina Silva também deve anunciar hoje sua posição, e não afasta a possibilidade de divergir do partido. "Obviamente, quando se vai para uma discussão democrática, há possibilidade de divergência. E há possibilidade de convergência”, disse, no dia 6 deste mês.

Depois de obter quase 20% dos votos válidos no primeiro turno, a ex-ministra do Meio Ambiente iniciou uma maratona de entrevistas, debates e seminários, onde defendeu que o apoio fosse concedido com base em "questões programáticas", o que motivou a legenda a apresentar, no último dia 8, um documento para servir de base para conversas com os candidatos.
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Intitulado “Agenda por um Brasil Justo e Sustentável”, o programa contém propostas abordando dez temas distintos, da transparência nos gastos públicos à reforma política e ao aumento do investimento na educação, sem esquecer do meio ambiente. A resposta veio menos de uma semana depois.

Na quinta (14), Dilma enviou diretamente a Marina uma carta em que diz que o diálogo com a senadora "tem um significado futuro. Envolve as condições de governabilidade do país". Coordenador nacional da campanha de Serra, Sérgio Guerra enviou na noite de sexta (15) uma carta para o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, em que constata a "grande convergência entre entre o programa de governo do partido e as propostas do PV".

“Não existe uma garantia a priori do que vai ser feito por alguém que chegar ao governo”, afirmou Marina na semana passada, ao comentar sobre a possibilidade de aplicação do programa por quem suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela é crítica da troca de cargos por apoio político, à qual chama de "velha política".

Ainda assim, o vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, reconheceu as dificuldades em abandonar a prática. “Não que todo mundo do PV tenha essa visão [programática]. Mas hoje ela é, sem dúvida, hegemônica”, afirmou o dirigente.

Neutralidade

Na quinta-feira (14), a senadora acriana disse que não ficaria neutra na disputa. "[A neutralidade] não é uma posição mesmo. E nós estamos advogando uma posição de apoiar um ou outro ou de independência, o que é completamente diferente de neutralidade", afirmou, durante entrevista concedida ao portal Terra.

Ainda que a legenda opte por um dos candidatos, um mecanismo previsto nos estatutos do partido prevê que a minoria possa manifestar um apoio diferente daquele decidido pela maioria. “Reconheço que é difícil [o partido tomar uma posição unitária]”, afirmou Penna. “Mas ainda tenho fé que a quantidade de pessoas que se manifeste contrariamente [à unidade] seja pequena”, disse.

Diego Salmen

Do UOL Eleições
Em São Paulo

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